segunda-feira, 21 de março de 2016

Sermão das Sete Palavras

SERMÃO
DAS SETE PALAVRAS
Sermão das sete palavras

De pé, junto a Cruz, Maria, cheia de angústia e de dores,
ouvia de seu Divino Filho as últimas palavras.

[No presbitério, estarão o esquife e o andor de Nossa Senhora das Dores. Contornado o esquife, na parte de cima, estarão Maria, a Mãe de Jesus, Maria Madalena e outra Maria. Junto à Maria, o apóstolo João. NO centro do presbitério a cruz com o Cristo e à frente, o candelabro com sete velas ou o menorá. O silêncio, marca o tom desta celebração. Coroinhas, acólitos e ministros ocuparão os primeiros bancos e assim que terminar a sétima palavra eles já se posicionam com a cruz processional, tochas ou velas para o início da procissão]


Padre:
A cruz foi o divino pedestal eleito por Jesus para proclamar suas últimas súplicas e decretos. No alto do Calvário se esclareceram todos os seus gestos, atitudes e pregações. Maria também compreendeu ali, com profundidade, sua missão de mãe. Jesus é a Caridade. A perfeição dessa virtude, nós a encontramos nas "Sete Palavras". As três primeiras têm em vista os outros (inimigos, amigos e familiares); as demais, a Si próprio.






Apaga-se a primeira vela do Menorá.

Primeira Palavra: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34)
É a primeira "palavra" que os divinos lábios d'Ele pronunciam na cruz, e nela já encontramos o perdão. Perdão pelos que Lhe infligiram diretamente seu martírio.

Apaga-se a segunda vela do Menorá.

Segunda Palavra: "Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23, 43)
Enquanto um ladrão ofende, o outro louva Jesus e admoesta seu companheiro, dizendo: Para nós isto é justo: recebemos o que mereceram os nossos crimes, mas este não fez mal algum"  São palavras inspiradas, nas quais transparecem a santa correção fraterna, o reconhecimento da inocência de Cristo, a confissão arrependida dos crimes cometidos.

DESCE-SE O BRAÇO ESQUERDO DO CRISTO.
Apaga-se a terceira vela do Menorá.

Terceira Palavra: "Mulher, eis aí teu filho". "Filho, eis aí tua Mãe".
É perfeita e exemplar a presteza com que São João assume a herança deixada pelo Divino Mestre: "E dessa hora em diante, o discípulo a levou para a sua casa". São João desce do Calvário protegendo, mas sobretudo protegido pela Rainha do céu e da terra. É o prêmio de quem procura adorar Jesus no extremo de seu martírio.

Apaga-se a quarta vela do Menorá.

Quarta Palavra: "Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste? (Mt 27, 45)
Jesus clama em alta voz, mas nossos ouvidos são duros. Era indispensável falar com força. Jesus não profere uma queixa, nem faz uma acusação. Deseja, por amor a nós, fazer-nos entender a terrível atrocidade de seus tormentos.

Desce-se o braço direito do Cristo.
Apaga-se a quinta vela do Menorá.

Quinta Palavra: "Tenho SEDE." (Jo 19, 28)
Jesus derramara boa quantidade de seu preciosíssimo Sangue durante a flagelação. O pouco sangue que Lhe restava escorria pelo sagrado lenho. Por isso, a sede tornou-se ardentíssima.

Apaga-se a sexta vela do Menorá.

Sexta Palavra: "Tudo está consumado" (Jo 19, 30)
Na Cruz foi vencida a guerra contra o demônio. Para que o preciosíssimo Sangue de Jesus Salvador ponha fim ao império do demônio em nossas almas é preciso que crucifiquemos nossa carne com seus caprichos e delírios, combatendo também o respeito humano e a soberba.

DESCE-SE O CORPO DO CRISTO E O COLOCA NO ESQUIFE.
Apaga-se a sétima vela do Menorá.

Sétima Palavra: "Pai, nas tuas mãos, entrego o meu espírito" (Lc 23, 46)
Desde o primeiro instante de sua existência, encontrava-se unida à natureza divina, na pessoa do Verbo. Portanto, ao abandonar o corpo sagrado, sairia vitoriosa e triunfante. "Meu espírito", provavelmente aqui significaria a vida corporal de Jesus. Na cruz, abriu-se, assim, o caminho para a nossa ressurreição.



Inicia-se a procissão do Senhor morto

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